Artigo publicado na revista Condomínios da baixa Mogiana – Arquitetura Conceitual X Modismo.

Segundo Dicionário Aurélio, Conceito é a “Representação dum objeto pelo pensamento, por meio de suas características gerais” ou ainda; “Ação de formular uma ideia por meio de palavras; definição, caracterização”. O conceito é compreendido como uma ficção, analogia, metáfora ou discurso filosófico que, servindo como ponto de partida, daria relevância ao projeto, articulando todos os condicionantes em uma forma significativa, harmônica e fundamentada. Por tanto, para inicialização de um projeto arquitetônico conceitual é importante a criação de um ideal que possa reunir todas as ideias e conjuntos de informações necessárias.

Já a palavra Modismo é definida como: “Moda rápida e passageira”. A palavra modismo não pode ser confundida com Tendência, pois tendência na arquitetura é definida como uma sequência de fatos que tomam uma única direção e têm alta durabilidade; diversas inovações propostas pelo mercado anualmente são absorvidas pela arquitetura, trazendo novas soluções para alguns problemas antigos que ainda estão presentes na hora de construir.

O modismo é mais comum na arquitetura de interiores e passa a ser um problema quando deixa de lado o conceito e torna-se comercial. Fornecedores da construção civil lançam coleções anualmente, muitas vezes sem grandes mudanças das coleções passadas, apenas para vender. Para os clientes é uma forma de se posicionar na sociedade, reafirmando suas condições financeiras. Os arquitetos e designers, como especificadores, deveriam ser mais criteriosos na escolha dos materiais finais de acabamento e na composição dos espaços, a fim de proporcionar sofisticação e conceituar a proposta.

Em síntese, a arquitetura conceitual é desenvolvida através de embasamento fundamentado, adquirindo relevância arquitetônica. Arquitetura comercial ou modismo é mais volátil, se renova em um curto espaço de tempo.

“Arquitetura deve falar de seu tempo e lugar, porém anseia por intemporalidade.” – FRANK GEHRY

Caixa Acoplada x Válvula de Descarga, qual a diferença ?

Todos nós já ouvimos falar que a bacia com caixa acoplada é mais econômica em relação à de válvula de descarga, porque gasta menos água. Até ai tudo bem ! Mas, como isso funciona ?
Cada peça de utilização ( bacia, ducha, banheira, etc) necessita de uma determinada vazão para um perfeito funcionamento. Essas vazões estão relacionadas empiricamente com um número convencionado de peso das peças. Esses pesos, por sua vez, têm relação direta com os diâmetros mínimos necessários para o funcionamento das peças.
Levando em consideração os parâmetros apresentados, a bacia com caixa acoplada apresenta uma vazão de 0,15 litros/segundo e peso relativo de 0,3; já a com válvula possuí vazão de 1,70 litros/segundo e peso relativo de 32. Sim, eu disse 32 !!
Isso significa que ao dimensionar a tubulação hidráulica, o diâmetro da tubulação que irá utilizar válvula de descarga terá que ser bem maior em relação à de caixa acoplada para dar vazão à demanda de água exigida, e além de gastar mais com água, você gastará mais com a tubulação.

Painel de Azulejos – Athos Bulcão

athos bulcao

Quem conhece admira sua obra, quem não conhece simplesmente nunca ouviu falar !

A trajetória artística de Athos Bulcão é especialmente consagrada ao público em geral. Não ao que freqüenta museus e galerias, mas ao que entra acidentalmente em contato com sua obra, quando passa para ir ao trabalho, à escola ou simplesmente passeia pela cidade, impregnada pela sua obra, que “realça” o concreto da arquitetura de Brasília.

Como diria o arquiteto e amigo pessoal, João Filgueiras Lima, o Lelé, “como pensar o Teatro Nacional sem os relevos admiráveis que revestem as duas empenas do edifício, ou o espaço magnífico do salão do Itamaraty sem suas treliças coloridas?”, difícil imaginar. Athos é o artista de Brasília. As obras que aqui realizou foram feitas para o convívio com a população e carregam a consideração por esta cidade e seus habitantes.

Fonte: http://www.fundathos.org.br

Artigo publicado na revista Condomínios da baixa Mogiana – Arquitetura Inclusiva.

O que é Arquitetura Inclusiva ?

A arquitetura inclusiva é a que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos. Para esta conquista, a palavra chave utilizada é o Desenho Universal, que recria o conceito de homem padrão (nem sempre o homem real). Seu conceito nasceu por volta de 1960, nos Estados Unidos, em resposta à discussão sobre a padronização do homem, definindo  projetos de produtos e ambientes que possam ser utilizados por todos, na sua máxima extensão possível, sem necessidade de adaptação ou projeto especializado para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

No Brasil, o debate sobre a questão iniciou-se de forma tímida 20 anos depois, em 1980, com o objetivo de conscientizar profissionais da área de construção.

Da década de 1980 até o momento, a palavra acessibilidade começou a se incorporar em nosso vocabulário. Em 1985, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou a primeira norma relacionada à acessibilidade, hoje após três revisões denominada: NBR 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. A última revisão ocorreu em 2015 e vigora até hoje para regulamentar os parâmetros técnicos de acessibilidade no país.

A acessibilidade passou a ser mais aplicada a partir de 2004 com o decreto federal 5.296/2004 e hoje está contida em muitos locais, desde as áreas comuns de condomínios, vias de circulação de pedestres, transportes coletivos, mobiliários urbanos até em edificações de uso público. Os benefícios dessas transformações estão sendo ampliados também para as residências, garantindo que a moradia suporte mudanças e adaptações ao longo dos anos, de modo que atenda as diversas necessidades que cada fase da vida solicita, sem prejuízo ou comprometimento do espaço, pois o foco do Desenho Universal não está apenas nas pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida, e sim em toda diversidade humana ao longo de sua existência.

Dessa forma, a partir da década de 1990, o Desenho Universal aderiu sete princípios que passaram a ser mundialmente adotados em planejamentos e obras de acessibilidade, são eles: 1. Uso equitativo; 2. Uso flexível; 3. Uso simples e intuitivo; 4. Informação de fácil percepção; 5. Tolerância ao erro (segurança); 6. Esforço físico mínimo; 7. Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente.

A compreensão e o respeito à diversidade, enquanto fenômeno inerente à condição humana, deve estimular e viabilizar soluções que construam uma sociedade centrada em todos os indivíduos. Uma sociedade que se transforma em busca da sustentabilidade, com a perspectiva de garantir os direitos de cidadania para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, neste sentido, o Desenho Universal é uma resposta ao movimento da sociedade, que busca eficiência e funcionalidade para todos os indivíduos ao longo dos ciclos da vida.

Artigo publicado na revista Condomínios da baixa Mogiana – Retrofit

 

 

Mas afinal, o que é Retrofit ?

A evolução do tempo deixa suas marcas e isso reflete no estilo de vida da população de cada época. Como consequência, cada período apresenta uma arquitetura característica, desenvolvida para atender às necessidades daqueles habitantes. No Brasil, as cidades estão passando por um período de desenvolvimento de novas atividades econômicas e aumento demográfico, em que espaços e estruturas arquitetônicas necessitam de refuncionalização. Observamos zonas urbanas de ruas estreitas, que anteriormente tinham baixo tráfego de veículos e atualmente possuem um aumento substancial no trânsito. Há também edifícios residenciais sendo substituídos pelos de usos comerciais e empresas de grande capital sendo instaladas em zonas de alta valorização imobiliária, demandando grandes espaços nos centros das cidades.

A necessidade de superação e transformação do presente em relação ao passado é algo inerente à natureza humana, até mesmo no âmbito arquitetônico e urbano. As antigas construções, que hoje não mais atendem às solicitações da vida moderna, envelhecem com seu entorno, o qual abandonado e sem interesse é conduzido a uma inevitável degradação.

O termo Retrofit apareceu recentemente no vocabulário da construção civil e vem sendo usado para intervenções em estruturas antigas para possibilitar a readequação e a reinserção destes edifícios à estrutura da cidade. O conceito é aplicado nos trabalhos de recuperação de edifícios no que se refere à atualização de suas instalações prediais de modo a aumentar sua vida útil.

Mas o retrofit não é uma restauração ou uma simples reforma. Na primeira, todo o imóvel passa por modificações, mantendo a arquitetura, mas renovando suas estruturas. A restauração, no entanto, é uma intervenção técnica que não moderniza o projeto, ela apenas o restitui ao estado original, baseando-se em evidências arqueológicas, pesquisa histórica e documentos antigos. Já na reforma, não existe nenhum compromisso com as características originais da edificação, ficando expostas às tendências do mercado.

Usamos o retrofit, portanto, exclusivamente para trabalhos de melhoria tecnológica dos sistemas prediais, aparentes ou embutidos, como substituição ou reparos em tubulações de água, luz, esgoto, telefonia, cabos de computação, sistemas de ar condicionado, entre outros, ou em substituição de sistemas mecânicos de circulação, como elevadores e escadas rolantes, não implicando mudanças profundas no edifício original.